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sábado, 7 de dezembro de 2019

EXPLORAÇÃO SOLAR | SONDA PARKER





No dia 12 de agosto de 2018, espectadores acompanhavam eufóricos o lançamento de uma sonda no cabo Canaveral, Flórida. Não era uma sonda qualquer. Era a sonda Parker, que tinha como destino o nosso astro-rei, o Sol. 

O nome faz alusão à Eugene Parker, um renomado cientista solar. 

Orbitando o Sol a 25 milhões de quilômetros de distância, sua principal missão era determinar o porquê da temperatura na coroa solar, entre 1 a 5 milhões de graus Celsius, ser maior do que a temperatura na superfície solar, em torno de 6000 graus Celsius. 

Uma contradição, podemos pensar; já que o esperado era uma redução da temperatura à medida que o núcleo solar fica distante. No entanto, isso não acontece. E a sonda Parker terá essa incumbência de ajudar os cientistas a responderem esse paradoxo. 

No dia 4 de dezembro de 2019, os primeiros resultados chegaram, e foram publicados em 4 artigos na prestigiada revista científica Nature. 

Com sua tecnologia de ponta em proteção térmica, com 11 cm de revestimento de carbono, que lhe permite resistir a temperaturas da ordem de 1,4 mil graus Celsius, a sonda Parker chegou perto o suficiente para constatar que as partículas que compões o vento solar estão a uma velocidade dez vezes maior do que a esperada. 

A causa dessa velocidade maior podem ser poderosas ondas que surgem de explosões na região acima da superfície solar, a coroa solar, de onde surgem os ventos solares. 

Isso sugere que o Sol está girando mais rápido à medida que envelhece, ao contrário do que se acreditava antes. E tudo isso tem como efeito o aumento da temperatura acima da superfície. 

A sonda de aproximadamente 6 bilhões de reais, finalizará sua missão no início de 2025, quando estará a uma distância de aproximadamente 7 milhões de quilômetros do Sol, que é equivalente a tocar o Sol. Muitas descobertas estão por vir, muitos avanços na ciência espacial acontecerão em função da contribuição da sonda Parker. 



Que ela ilumine a mente dos cientistas e da humanidade!



domingo, 28 de julho de 2019

Índia rumo à Lua

Há em curso uma corrida espacial, dessa vez sem cunho político direto. Nos últimos anos a hegemonia americana e russa, nas figuras da NASA e Roscosmos, respectivamente, está sendo aos poucos diluída. China e Índia estão ganhando destaque, sem fala em Israel. A Rússia até o momento está bem discreta na questão espacial.
Jipe Pragyan na rampa de descida do módulo Vikram — Foto: Indian Space Research Organisation - GODL
No dia 22 de Julho de 2019, a Índia enviou à Lua a sonda Chandrayaan-2 (Nave Lunar). Diferentemente da missão antecessora, Chandrayaan-1, que enviou um orbitador lunar a fim de estudar o satélite natural e preparar o terreno para atual missão,  Chandrayaan-2 tem como objetivo pousar um jipe (Pragyan) na Lua para estudar a região polar, uma região de difícil acesso.

Em Setembro de 2019, o orbitador lançará na Lua um módulo com o jipe Pragyan dentro. A figura ao lado mostra o conjunto.
Quando pousar e sair do módulo, a expectativa de vida do jipe são de 14 dias. Seus instrumentos devem medir o ciclo térmico lunar, terremotos , topografia lunar, minerais lunares e gelo, dentre outras atividades. 

A missão será uma prova na qual a agência espacial indiana atestará sua capacidade para entrar no rol das potências espaciais. A Lua, nos últimos anos, tem sido exaustivamente estudada para se tornar uma base para missões à Marte. 

A NASA já anunciou que em 2024 voltará com uma missão tripulada, e uma mulher fará parte. Provavelmente teremos um bloco das potencias espaciais em um futuro próximo, bloco esse que ditará as regras  tanto em termos de exploração científica quanto de turismo espacial em nosso satélite natural.

A Índia já deixou claro que não quer ficar de fora desse bloco. 





quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Sonda Voyager Rumo Ao Infinito

Em 5 de setembro de 1977, uma nave cortava o céu da Flórida. Abordo do foguete Titan III - Centaur, com  seus 50 metros de altura e 635 toneladas, aquela nave ia para uma missão histórica: estudar Júpiter e Saturno. E posteriormente, adentrar na imensidão do cosmo, somando no dia 7 de janeiro de 2019: 41 anos, 4 meses e dois dias de missão.

Mas ela não estava só. Em 20 de agosto de 1977, também cortava o céu da Flórida, outra nave. Seu objetivo: estudar os  quatros planetas gasosos do sistema solar. Impulsionada pelo foguete Titan III-Centaur, ela não só chegou nas órbitas dos planetas, enviou fotos e dados inéditos como também está rumo ao espaço desconhecido. 

Estamos falando das duas naves Voyagers, II e I, respectivamente e componentes do programa espacial americano de mesmo nome. A ordem inversa se justifica pelo fato da Voyager I, lançada posteriormente, atingir seu objetivo (estudar Júpiter e Saturno) antes da Voyager  II atingir seus objetivos (estudar, além de Júpiter e Saturno, Urano e Netuno).

Quando passou pelo planeta Netuno, em 1989, uma nova missão iniciou-se: a Missão Interestelar. Nessa missão, que na verdade é uma extensão da missão Voyagers, os instrumentos duas naves continuaram coletando informações sobre o Sol, particularmente sobre a heliosfera (região periférica do Sol) e a heliosheath (uma região da heliosfera onde os ventos solares são turbulentos).

A estrela mais brilhante do céu, Sirius, estará a uma distancia de aproximadamente 4,3 anos-luz da Voyager II, isso daqui a meros... 296000 anos. Já a Voyager I, daqui a 40000 anos, estará a 1,6 anos-luz da estrela AC+793888, da constelação de Girafa.

Mas... o grand finale, ainda está por vir: levar mensagens da Terra a possíveis civilizações desse imenso cosmo. As mensagens estão em dois discos de ouro, um em cada nave. Eles contem sons e imagens referentes a vida na Terra. Um cartão de visitas terráqueo. Mas provavelmente não saberemos o real destino das naves, já que suas baterias irão acabar e nenhum contato será possível com a Terra em meados de 2030.

Nós terráqueos seremos eternamente gratos pelos serviços prestados pelas naves Voyagers I e II. Até lá, vamos de carona com elas, coletando informações incríveis neste imenso espaço vazio que pode estar cheio de surpresas.





quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Não devemos colonizar Marte!


Segundo o astronauta Willian Anderns, participante da missão Apollo 8 e portanto um dos primeiros a orbitar a Lua em 1968, não faz sentido todo esse frenesi por colonizar Marte. 


Anderns afirma que o risco é muito alto, pois envolve desde a decolagem do foguete, a viagem em si pelo espaço hostil e a aterrissagem no planeta vermelho. Ele destaca o fato de que durante a viagem pelo espaço, algo em torno de 6 meses, o risco de desenvolver câncer, osteoporose, redução da massa muscular e redução da visão já são fatores suficientes para desqualificar tal ensejo. A não ser que o futuro astronauta tenha consciência que dificilmente voltará a Terra, e se voltar... não será o mesmo.

Porém apoia a ideia de missões não tripuladas, por motivos óbvios e pelo fato se serem mais viáveis economicamente para a NASA.