Recentemente,
um planeta foi descoberto na Via Láctea. Seu nome é OGLE-2016-BLG-1928.
Até aí sem novidades, afinal de contas, estima-se que há em torno de 160
bilhões de planetas na nossa galáxia. Mas o planeta em questão tem uma
peculiaridade: ele é um planeta órfão; ou também chamado de planeta errante.
Mas o que é um planeta errante?
Um
planeta errante é aquele que não orbita uma estrela; fica vagando pelo espaço,
já que não está ligado gravitacionalmente a nenhum corpo. Planetas assim podem
ter tido sua origem em sistemas planetários dos quais por motivos diversos,
tais como colisões com outros astros, foram ejetados.
E
pelo fato de não orbitarem nenhuma estrela, detectar planetas errantes é muito
complicado. Isso porque o método mais comum de detecção de planetas utilizados
pelos astrônomos é o método de trânsito, que consiste na
medição da redução do brilho de uma estrela quando um planeta que a orbita
passa em sua frente. Sendo cíclico esse fato, ou seja, há um período bem
definido da passagem do planeta em frente a sua estrela, os astrônomos
conseguem deduzir a existência de um planeta e suas propriedades.
Mas...
em se tratando de um planeta órfão, não é tão simples assim, já que não há como medir diferenças na intensidade de luz, por não orbitar uma estrela.
Os astrônomos usam então um outro método: o método da microlente gravitacional. Mas o que é isso, você pode estar se perguntado. Expliquemos:
Einstein já nos disse em sua teoria da relatividade geral que um corpo altamente massivo deforma o tecido espaço-tempo ao seu redor, fazendo a luz sofrer desvio, ou distorções, ao passar perto dele.
Quanto mais massivo for o corpo... maior distorção sofre um raio de luz ao passar em suas proximidades. Esse fenômeno é chamado de lente gravitacional.
Os astrônomos também empregam essa técnica na detecção de planetas, porém, como sua massa é muito menor do que uma estrela, dá-se o nome de microlente gravitacional. E existe um grande desafio: deve ocorrer um alinhamento entre a fonte de luz, o corpo massivo e o observador. E isso é raro de acontecer..., mas acontece! Lembrando que a fonte de luz pode ser uma estrela ao fundo do planeta, bem distante. Por isso a necessidade do alinhamento.
E graças a essa técnica, uma equipe de astrônomos da universidade de Varsóvia, Polônia, descobriu o planeta órfão OGLE-2016-BLG-1928. A descoberta foi anunciada no dia 29 de outubro de 2020, em uma publicação científica na revista Astrophysical Journal Letters. Quem assina como principal autor é o astrônomo Przemek Mroz. Segundo o cálculo dos pesquisadores, a massa do planeta órfão é aproximadamente igual à da Terra, e o fenômeno de microlente gravitacional teve duração de 42 minutos, ie., a luz ficou distorcida por 42 minutos.
O fato é que nos últimos anos, com a avanço da tecnologia de observação astronômica, muito se tem achado neste vasto universo. O que acharemos ainda? O que nos surpreenderá cada vez mais? Só o tempo dirá.
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